Vitamina D na prevenção do suicídio e da autoagressão
- Berenice Cunha Wilke
- 6 de mai. de 2023
- 3 min de leitura
Atualizado: 23 de nov.
Um crescente corpo de evidências tem demonstrado uma associação entre níveis séricos baixos de 25-hidroxivitamina D (vitamina D total) e o aumento de sintomas depressivos e de comportamento suicida.
Essa relação levou a Associação de Veteranos dos Estados Unidos (VA), em parceria com a Escola de Saúde Pública Johns Hopkins, a conduzir um dos maiores estudos já realizados sobre o tema.
Como foi o estudo?
Entre 2010 e 2018, os pesquisadores realizaram um estudo de coorte retrospectivo envolvendo mais de 700 mil veteranos americanos.
Os participantes foram divididos em três grupos:
169.241 veteranos receberam vitamina D2 (ergocalciferol)
490.885 veteranos receberam vitamina D3 (colecalciferol)
Cada um desses grupos foi comparado com um grupo controle do mesmo tamanho, composto por veteranos com características clínicas e demográficas semelhantes, mas que não receberam suplementação.
O objetivo foi comparar as taxas de tentativas de suicídio e automutilação entre os grupos suplementados e os não suplementados.
O que eles encontraram?
A suplementação de vitamina D foi significativamente associada à redução do risco:
Vitamina D3 → redução de 45% no risco de tentativa de suicídio e automutilação
Vitamina D2 → redução de 48% no risco
Além disso, o estudo identificou dois achados importantes:
Doses mais altas de vitamina D foram associadas a maior redução de risco quando comparadas a doses mais baixas.
A proteção foi especialmente pronunciada em:
veteranos com níveis séricos baixos de vitamina D
veteranos negros, grupo mais vulnerável à deficiência vitamina D
Conclusão
A suplementação de vitamina D — tanto D3 quanto D2 — esteve associada a uma redução significativa do risco de tentativa de suicídio e automutilação em veteranos americanos.Esse efeito foi mais forte em pessoas com níveis baixos de vitamina D e na população negra, que tende a ter maior risco de deficiência.
Esses achados reforçam a importância de avaliar e corrigir deficiência de vitamina D em pacientes vulneráveis, especialmente aqueles com sintomas depressivos, histórico psiquiátrico ou fatores de risco sociais.

Sou Dra. Berenice Cunha Wilke, médica formada pela UNIFESP em 1981, com residência em Pediatria na UNICAMP. Obtive mestrado e doutorado em Nutrição Humana na Université de Nancy I, França, e sou especialista em Nutrologia pela Associação Médica Brasileira. Também tenho expertise em Medicina Tradicional Chinesa e uma Certificação Internacional em Endocannabinoid Medicine. Lecionei em universidades brasileiras e portuguesas, e atualmente atendo em meu consultório, oferecendo minha vasta experiência em medicina, nutrição e medicina tradicional chinesa aos pacientes.
Para saber mais:
PLoS One. 2023 Feb 1;18(2):e0279166.
doi: 10.1371/journal.pone.0279166.eCollection 2023.
John C Umhau 1, David T Jorge , Robert P. Heaney , Michael D Lewis , Robert J Ursano , Markus Heilig , Joseph R. Hibbeln , Melanie L Schwandt
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Grudet C, Malm J, Westrin A, Brundin L.
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