CORANTES - TDAH
- Berenice Cunha Wilke
- 28 de mar.
- 3 min de leitura
Atualizado: 1 de jun.
Durante décadas, pesquisadores vêm tentando responder a uma questão: os corantes sintéticos usados para adicionar cores vibrantes a alimentos como encontrado em alguns cereais matinais, doces, salgadinhos e produtos assados causam problemas comportamentais em crianças como o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade - TDAH?
Uma revisão de estudos científicos, realizada em 2021, por cientistas do estado da Califórnia concluiu que o consumo de corantes pode aumentar a hiperatividade e outros problemas comportamentais em algumas crianças. Além disso, muitos são considerados interferentes endócrinos e prováveis cancerígenos. Essa revisão dos estudos científicos realizada na Califórnia motivou a proibição em alimentos, bebidas e medicamentos dos aditivos alimentares abaixo:
Corante vermelho nº 3 - eritrosina;
Bromato de potássio - atua como um agente de fermentação;
Óleo vegetal bromado - encontrado principalmente em refrigerantes de marca própria com sabor cítrico, onde funciona como um estabilizador para os óleos de sabor;
Propilparabeno - conservante normalmente usado em produtos assados embalados, incluindo tortilhas, pães e doces e em muitos medicamentos infantis. Diversas pesquisas, principalmente conduzidas usando animais, sugerem que o propilparabeno pode ser um interferente endócrino, ou seja, uma substância que interfere no metabolismo hormonal das pessoas.
A Virgínia Ocidental (USA) proibiu em março de 2025, o uso de 7 corantes artificiais e dois conservantes nos alimentos, devido aos seus potenciais riscos à saúde. Pelo menos 20 estados estão considerando restrições semelhantes a produtos químicos alimentares.
Os corantes são usados para adicionar cores vivas a uma variedade de produtos, muitos projetados para atrair crianças, incluindo cereais matinais, salgadinhos, produtos de panificação e doces.
Foram proibidos 7 corantes alimentares:
Azul nº 1 - também conhecido como azul brilhante é um corante Sintético produzido usando-se hidrocarbonetos aromáticos, derivado do petróleo;
Azul nº 2 - também é chamado de azul índigo ou indigotina. É uma versão sintética do índigo, um corante produzido naturalmente a partir de plantas. A indigotina, por outro lado, é um produto petrolífero, com a fórmula química C16H10N2O2. É usada em assados, cereais, sorvetes, salgadinhos, doces e cerejas;
Verde nº 3;
Amarelo nº 5 - tartrazina - é sintetizada a partir do alcatrão de carvão. Em pessoas sensíveis desencadeia crises de asma, bronquite, rinite, urticária e quadros alérgicos
Amarelo nº 6 - amarelo crepúsculo - é usado em alimentos fermentados os quais devem ser tratados por calor;
Vermelho nº 40 ou vermelho allura;
Vermelho nº 3.
Além dos corantes, foram proibidos também 2 conservantes:
Propilparabeno;
Butil-hidroxianisol, ou BHA, que impede que as gorduras fiquem rançosas e é usado em carnes processadas, refeições congeladas, salgadinhos e outros produtos. Uma revisão do Programa Nacional de Toxicologia da pesquisa sobre BHA concluiu que ele é "razoavelmente antecipado que seja um carcinógeno humano". Os autores observaram, no entanto, que grande parte da pesquisa sobre exposições dietéticas a BHA e câncer tem se concentrado em animais, e que não há evidências suficientes de humanos para avaliar a relação entre câncer e BHA.
Além dos produtos acima, existe um projeto de lei da Califórnia que propõem a proibição de um quinto ingrediente, o dióxido de titânio, que é usado como agente clareador. Ele é encontrado em muitos doces, assim como em alguns molhos cremosos para salada, pizzas congeladas e sorvetes. A União Europeia proibiu o dióxido de titânio como aditivo alimentar em 2022 devido a preocupações de que ele pode danificar o DNA.
A alimentação natural - rica em frutas, vegetais e grãos - livre de produtos ultra processados, é o melhor caminho para sua saúde.

Sou Dra. Berenice Cunha Wilke, médica formada pela UNIFESP em 1981, com residência em Pediatria na UNICAMP. Obtive mestrado e doutorado em Nutrição Humana na Université de Nancy I, França, e sou especialista em Nutrologia pela Associação Médica Brasileira. Também tenho expertise em Medicina Tradicional Chinesa e uma Certificação Internacional em Endocannabinoid Medicine. Lecionei em universidades brasileiras e portuguesas, e atualmente atendo em meu consultório, oferecendo minha vasta experiência em medicina, nutrição e medicina tradicional chinesa aos pacientes.
Para saber mais:
April 16, 2021
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